“Às vezes você tem que levantar sozinho e seguir em frente…”
Me dê um pouco mais de atenção!
Seja amável comigo! Não estás me vendo, mas eu existo! Tenho sentimentos… Meu coração bate como o teu!
Se aqui estou, é porque sinto necessidade de estar com alguém, nem que seja através de uma tela fria… E tu também, deves ter a mesma carência que eu, então por que tratar-me como se fosse um objeto? Nos encontramos, por destino… Eu te buscava e tu a mim… Talvez, nunca nos vejamos ao vivo e à cores. Quem sabe, jamais ouviremos nossas vozes. Usamos o monitor, o teclado, o mouse, enfim, a Internet, para suprir nossas necessidades momentâneas, compulsivas, ou crônicas… De amigos, namorados, romances… Buscamos às vezes desafogar as queixas longamente reprimidas.
Seja mais atencioso. Eu tento compreender tuas necessidades, não mintas para mim. Não há razão para isso…
Não fantasie , nem me maltrate, estou tão sensível… e acredito que tu também. E te escondes por trás dessa indiferença?
Às vezes reages agressivamente quando teus desejos não são satisfeitos… esqueces que do outro lado, sentimentos são pisoteados. Somos seres humanos em todos os sentidos e usamos do recurso da tecnologia para nos aproximarmos. Precisamos fazer um mundo melhor. Vamos iniciar por nós? Que tal começando por respeitar quem está na direção oposta?
Todos nós somos seres especiais. A Internet é maravilhosa e ficará muito mais se pudermos utiliza-la para levar carinho, esperança, otimismo e principalmente, tratarmos ao outro como gostaríamos de ser tratados.
Se abrirmos nossos corações faremos de cada internauta conhecido um ser sumamente importante. Assim como tu és! E então? Podes agora, me dar um pouco mais de atenção?
Você é uma pessoa vencedora
Você é uma pessoa vencedora, merecedora de aplausos e elogios deste público ansioso que esperou tanto tempo na expectativa de ver você usando o pré nome de Doutor.
Entre essa torcida fiel, formada por parentes e amigos sempre estive eu, com os dedos cruzados torcendo por você e confiante de que você não só nos daria a alegria de o vermos formado, como também de ter a certeza de que no seu futuro promissor fará bom uso do que aprendeu, e será uma peça importante para a construção de um Brasil melhor e mais feliz.
Depositamos em você a nossa esperança do futuro tão sonhado. Você é uma pessoa muito especial. Parabéns pela formatura!
A decepção e o colírio
Quem duvida que seja possível voltar a amar depois de uma decepção precisa saber que não só isso é, sim, possível, como também é possível passar a amar mais solidamente a mesma pessoa que causou a decepção.
Acredite: uma das decorrências mais importantes da experiência de decepcionar-se com alguém é que, justamente em razão disso, passamos a conhecer melhor esse alguém. O conhecimento é um fruto benéfico da decepção. Assim como o autoconhecimento. O desapontamento indica que talvez houvesse uma ilusória expectativa, uma percepção falha da realidade do outro, um entusiasmo pelo amor sentido, sem uma visão clara do destinatário dele. A decepção retira o iludido da cegueira em que se encontrava, pinga um colírio em seus olhos. É uma experiência de “desvirginamento” da consciência. Demovida de sua ingenuidade, a pessoa passa a ter os pés mais bem assentados no chão. A vivência assusta, fere, causa dor. Mas também deixa a vítima mais centrada.
A rigor, não se pode amar alguém que não se conheça por inteiro. Em circunstâncias assim delineadas, na melhor das hipóteses ama-se o amar. Quando a decepção acontece, surge a pergunta: “Onde estavam meus olhos, que não viam o óbvio?” Eis uma boa rota de reflexão. É possível que os “olhos” estivessem voltados para dentro, não se ocupando adequadamente com o fator externo. Há quem diga: “Mas ele (ou ela) realmente expressava coisas do meu agrado. Como pode ter virado do avesso?” Pois é! Algumas pessoas se apresentam de forma especial, ou dizem sempre o que sabem que será bem recebido, deixando a sinceridade de lado, com o simples propósito de conquistar. Sedução é um dos nomes que recebe esse expediente. Mas é possível diferenciar quando se está diante de algo confiável ou de um engodo. Uma dica: o “especial” da sedução não convence; é possível identificar a falsidade através dos sentimentos (a pessoa simplesmente estranha: “Ele me traz flores, mas isso me parece tão protocolar e impessoal!”). É possível também perceber a incongruência entre as coisas que uma pessoa diz e as que faz (como quando ela afirma que está aberta para ouvi-lo, mas tem os braços cruzados sobre o peito ao dizê-lo, num claro indício de distanciamento).
Mesmo em situações assim, porém, a partir do momento em que uma decepção é vivida com discernimento e maturidade, abre-se a possibilidade de o amor se estabelecer em bases mais confiáveis. Passa-se a olhar para o outro como quem o vê pela primeira vez. Àqueles que pensam ser impossível conviver com os aspectos ruins da pessoa descortinados por uma decepção eu repito: só se pode dizer que se ama verdadeiramente quando se ama a pessoa inteira. Isso inclui não só a luz, mas também a sombra. Basta que se pondere sobre a recíproca: quem se sentiria amado de verdade, se não fosse aceito em seus defeitos, dificuldades, deficiências, insuficiências e dores?
Existem situações, admito, em que se descobre ser impossível o convívio com as diferenças, em razão de serem inassimiláveis. Acontece. Agora, que a vivência de se decepcionar deixa a pessoa mais bem equipada para viver o mesmo ou outros relacionamentos — com pessoas inteiras como ela, feitas de sombra e luz —, isso deixa.
Decepção é como o colírio: deixa os olhos mais limpos para ver o outro.